Mulheres que se dedicam à educação conciliam vida pessoal e jornada profissional

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Eny Leite trouxe de casa o amor à educação

Foi acompanhando o dia a dia da mãe, a professora Sônia Leite, sua dedicação e amor pela profissão, que nasceu a vontade de seguir o mesmo caminho. Apesar de relutar no início, a titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Marituba, Eny Leite, descobriu sua verdadeira vocação vivenciando em casa o papel de um educador.

“Eu sempre via minha mãe fazendo as atividades dos alunos em casa. A gente costuma dizer que professor nunca acaba o trabalho dele na escola e com ela não foi diferente: eram os planos de aula, as atividades dos alunos, a composição da avaliação, os brindes que eu sempre ajudei a elaborar, e assim, a gente aprende a gostar e a amar a educação”, relata.

A professora Eny, como é chamada por todos na Semed, diz ainda que sua infância foi dentro de uma escola, mesmo quando não estava em aula. “Se não tivesse quem ficasse conosco em casa, nós éramos levados pela mamãe para escola onde ela trabalhava. Essa convivência foi despertando em mim um grande amor pela educação. Um amor que foi sendo construído ao longo da minha vida”, reforça.

Decisão tomada, Eny Leite cursou de 2005 a 2009 licenciatura em Pedagogia pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), tendo sempre como referência a mãe e a madrinha, a professora Ângela Barros.

“Eu via minha mãe muito preocupada com os alunos dela, especialmente os que não conseguiam realizar suas tarefas. Eu passei a entender que alguns precisam de uma atenção maior. Minha mãe explicava que nem sempre a gente consegue fazer o conhecimento chegar até o aluno. Então, muitas vezes a gente tem que parar e conhecer a realidade em que eles vivem. Passei a ter essa visão de inclusão e foquei nisso: iria fazer educação inclusiva. Mas não só dos alunos que têm necessidades educativas ou que têm um laudo, mas da inclusão de uma forma geral”, declarou.

Inclusão – A hoje secretária de Educação de Marituba entendeu que precisava ir além dos horizontes da escola para chegar até esse aluno que necessita de uma atenção maior. “Eu costumo dizer que precisamos ver o ser humano como um ser único, como um ser individual. A partir daí a gente começa, de fato, a fazer a inclusão, porque quando a gente percebe o indivíduo como um ser único, a gente trabalha as especificidades e a potencialidade de cada aluno e não o vemos de forma genérica”, afirma.

Para quem está mais próximo dessa esposa, mãe, professora, titular de uma das secretarias mais demandadas da prefeitura, sabe que não é fácil conciliar tantos papéis. Mas é de se admirar a leveza, a tranquilidade e firmeza com que ela encara todos os desafios que estão à sua frente.

Papéis diversos – Conciliar é uma palavra que as educadoras conhecem bem.  É o que diz a vice diretora escolar Joice Trindade, que atua há mais de 30 anos nessa área. Só na Escola Nossa Senhora do Rosário são 20 anos trabalhando em prol da educação. Joice fala que o segredo para conciliar tantos papéis é contar com a ajuda de toda família.

“Nossa jornada é dupla, então a gente tem que se virar nos trinta. Quando meus filhos eram pequenos, eles vinham para escola onde eu trabalhava. Depois, eu sempre os matriculava na escola em que estava trabalhando, pra ficar mais fácil. Meu marido também tomava conta deles e assim fomos conciliando nossos dias, fomos nos adaptando nessa rotina e criamos eles todos, duas filhas já estão até formadas e o casamento vai bem graças à Deus. A mulher tem que ser guerreira e eu nunca deixei a desejar”, disse sorridente, com a certeza de dever cumprido, apesar das adversidades.

Joice está há 30 anos trabalhando em prol da educação

 

 

 

 

 

 

Texto: Rosa Borges

Foto: Wenderson Santos e acervo pessoal

 

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