Geracina Begot, uma educadora que deixou sua marca em muitas gerações de Marituba

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Escola originada a partir do trabalho da professora Geracina

No mês em que se celebra o aniversário de emancipação política de Marituba, a Prefeitura de Marituba relembra a história da educadora Geracina Begot, uma das mais renomadas profissionais da Educação no município. Ao lado do esposo, Jorge Grahen, a professora sonhava em ter dez filhos, mas um câncer no útero, surgido após dois anos de nascimento da primeira e única filha, Geni Begot, frustrou os planos do casal. Católica, ela então fez uma promessa para Santa Rita (Santa das Causas Impossíveis), que se obtivesse a cura, iria dar aula de graça por dez anos para as crianças carentes. Geracina se apegou tanto aos alunos, que passou quase 20 anos dando aulas para crianças carentes da comunidade, em Marituba.

Com o aumento de alunos, ela então comprou um terreno e construiu uma casa e chamou outros professores para ajudar na tarefa de alfabetizar e educar os menores. Então pediu ajuda da Prefeitura, para dar continuidade ao projeto. O prefeito da época (1984-1985), Paulo Falcão, sugeriu que a escola fosse conveniada à rede municipal de ensino, para que, assim, garantisse recursos para seu funcionamento. Foi assim que nasceu a Escola Santa Rita de Cássia, que neste ano completou 35 anos de fundação.

Segundo a filha, Geni Begot, Geracina Begot “não realizou o sonho de ser mãe de dez filhos, mas foi responsável pela educação de uma geração de crianças do bairro, tornando-se um pouco mãe deles”, confidenciou. Geracina doava parte de seu salário de professora para obras da igreja, da escola e instituições de caridade. A filha confirma essa doação e diz que a mãe era totalmente voltada para o social. ”Ela ajudava os mais carentes e chegava a pegar currículo de pessoas que nem conhecia e pedia emprego, a fim de que aquela pessoa tivesse uma oportunidade de iniciar sua vida profissional”, conta.

A professora Geracina Begot

Sem dúvida, a professora Geracina Begot deixou um grande legado, sempre voltada para a melhoria da sociedade, pois via na educação uma saída para os males que atingiam a juventude. ”Minha mãe entendia que os mais jovens deveriam estar dentro de uma sala de aula. E quando algum professor faltava, ela ia pra sala de aula substituí-lo”, relembra. Em reconhecimento à tamanha dedicação à educação em Marituba, hoje existe uma escola batizada com seu nome, a Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Geracina Begot Granhen, fundada após seu falecimento, ocorrido em 2008. Lá, em local de destaque, pode-se observar a tela com seu retrato, feita pelo marido pintor Jorge Granhen.

Quanto ao pai, Jorge Granhen, que era escritor, jornalista, escultor e pintor, Geni Begot diz que “suas telas e seus livros se complementam”. Em seus diversos quadros, que ela guarda com muito carinho e cuidado, temos o retrato da primeira professora de Ananindeua; do primeiro prefeito de Ananindeua; do Círio de Caraparu; a Invasão de porcos selvagens (ocorrida em Castanhal no ano de 1937), com o qual Jorge Granhen recebeu o Prêmio Santander – Talentos da Maturidade (2013), entre outras. Seus livros têm conteúdo histórico: um relaciona os prefeitos de Ananindeua, outro fala da história de Marituba, e um terceiro, que ainda deve ser lançado, sobre a história política do município.

A filha da professora Geracina, Geni Begot (à esquerda), com a prima Adriely Begot

“Meu pai era muito preocupado em dar oportunidade para aqueles que queriam prosperar e serem reconhecidos, seja por meio das artes plásticas, da música, da dança ou até mesmo de um empreendimento comercial. Por meio de seu jornal ele divulgava os talentos locais e fazia anúncios dos comércios da cidade. Vejo hoje estabelecimentos que cresceram na cidade e que começaram bem pequenos, divulgando no jornal de meu pai com anúncios”, diz a filha. Sem dúvida nenhuma, Georcina Begot e Jorge Granhen deixaram sua marca na história desse município chamado Marituba.

 

Texto: Rosa Borges – Ascom Semed

Fotos: Wenderson Santos

 

 

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