Marituba abre Campanha Estadual de Prevenção a hanseníase

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Alunos das escolas da Rede Municipal de Ensino de Marituba Dom Calábria, São Francisco e Santa Helena participaram na manhã desta quinta-feira, 15, do lançamento da Campanha Estadual de Prevenção a Hanseníase, realizado na Escola Dom Calábria, no bairro São Francisco. Este ano, a campanha tem como público alvo os estudantes de 5 a 14 anos.

De acordo com a Diretoria de Vigilância e Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), o Pará é o segundo estado que mais notifica novos casos de hanseníase no país (o primeiro é o Maranhão). Anualmente, 3 mil novos casos de hanseníase são notificados no território paraense.

Em Marituba, a campanha abrangerá 49 escolas, numa expectativa de alcançar 13.388 alunos, com o objetivo de identificar casos de hanseníase em menores de 15 anos. Paralelamente haverá uma campanha contra verminose, segundo a Coordenação do Programa de Hanseníase, da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).

Durante a campanha serão distribuídas fichas de auto imagem aos pais e responsáveis dos menores, para verificação de possíveis manchas e locais de perda de sensibilidade pelo corpo da criança ou adolescente. Depois de análise das fichas, equipes da secretaria estarão indo aos estabelecimentos de ensino para avaliação no aluno com a presença do responsável. “ No caso de detectar a hanseníase, o aluno será encaminhando para tratamento na Unidade de Saúde Básica de seu bairro, que pode durar de 6 a 12 meses, dependendo do caso. A família do menor também receberá atenção para verificação de mais algum membro apresentando sintomas da doença”, diz Nazaré Medeiros.

Paralelamente, a secretaria também realizará um trabalho junto a comunidade do bairro Almir Gabriel, onde foi registrada uma maior incidência de casos da doença nos últimos 3 anos. A equipe da secretaria estará se deslocando para três escolas do bairro, examinando os alunos. A estimativa é alcançar cerca de mil alunos com esta ação.

Marituba é município referência no atendimento a doença. Há 25 anos a URE Marcelo Candia, no bairro Dom Aristides, oferece atendimento especializado em dermatologia sanitária. De acordo com a diretora da URE, Renata Pamplona, atualmente são realizados 5 mil atendimentos por mês, a pacientes com idade de 0 a 110 anos, provenientes da Região Metropolitana de Belém, outros municípios e também dos estado do Amapá, Maranhão e Tocantins. A Unidade é composta por 130 profissionais entre médicos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. O horário de atendimento é das 7h às 18h.

Participaram do evento a secretária municipal de Saúde de Marituba, Helen Guimaraes; a secretaria municipal de Educação de Marituba, Dayse Menezes de Souza Lopes; a coordenadora estadual de Dermatologia Sanitária, Rita Beltrão; a diretora da Vigilância e Saúde (Sespa), Roseane Nobre; a coordenadora nacional do Movimento de Reintegração Das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase (Morhan), Lucimar Batista e o coordenador estadual, Edmilson Picanço e o representante do Instituto Pobres Servos do Divina Providência, Padre Sanders Polato. Na programação cultural, um grupo de Hip Hop do Município fez uma apresentação de dança.

Para a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de Marituba, Michele Biscaro, a campanha ao envolver este público infanto-juvenil, além de prevenção à doença também contribui para a formação de uma visão menos preconceituosa da doença. “Com essa conscientização sobre a hanseníase esses alunos terão a capacidade de reconhecer seus sinais, e ao mesmo tempo ter uma outra visão da doença”, disse.

O aposentado Raimundinho Misondas teve hanseníase aos 14 anos. Ele conta que naquela época a assistência médica foi precária, pois ele morava com a família no interior do Acre. Nos anos 1970 ele veio para o Pará onde teve atendimento na então Colônia de Hansenianos de Marituba, passou por tratamento, mas com a doença em estado avançado ficou com sequelas. “Hoje em dia o tratamento é mais fácil e o acesso ao tratamento também e sendo detectada a doença no início não há risco de sequela”, ressaltou Misondas.

Descrição

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leprae (M. Leprae). A doença atinge pele e nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas. A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que, juntamente com a África, são consideradas o berço da doença. A melhoria das condições de vida e o avanço do co­nhecimento científico modificaram o quadro da hanseníase, que há mais de 20 anos tem tratamento e cura. A hanseníase é transmitida principalmente pelas vias respiratórias superiores de pacientes. (Ministério da Saúde)

 

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